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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Devagar com a dor

Essas coisas amontoadas aqui
Todos esses objetos sobre a mesa
Tantas bobagens caídas assim...

O mundo anda como minha mesa.

Aquelas coisas que caem, ficam
Há também as que nunca deveriam estar aí

Preciso trabalhar para arrumar a mesa...o mundo.
Preciso de tempo para corrigir meus erros, provas...
Preciso de uma mesa nova, de uma casa, de vagas para estacionar...

Quem me dera que o mundo fosse a minha mesa.

Seria eu uma traça a devorar papiros.
E o inseticida demoraria a chegar.

sábado, 22 de agosto de 2015

Do lote das ofensas gratuitas

Gosto das cores do meu povo
Sou da altura das ambições dos meus
Prefiro a poesia da esquina de casa

Acredito nos deuses que dançam mais eu
Considero fundamental a forma das ruas
Manipulo os pensamentos comuns

Construo fábulas com os cachorros magros
Alimento o sonho dos macacos ladrões
Descarrego os caminhões de melancia 

Beijo os velhos na mesa de damas
Cumprimento as senhoras na porta da igreja
Canto a tarde que vai e faço melodia com o vento

Não me contento com o obvio, nem o iludo
Avalio o dia pelo número de sorrisos
Conto cada lágrima como um tijolo de alicerce

Mando a merda os escritores de gabinete
Malandreio o medo que tens
E falo sempre o que transborda do peito

Esqueça que me ouviu, desconsidere que me conheceu 
Lembre-se que nunca estive aqui, sempre acabo cedo
Morra por mim e não será justo

Aqui jaz a poesia do sub-tudo. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Plantando espinhos

A lei é clara e sem rodeios.

Bateu?
Apanhou.
Vacilou?
Vai ser cobrado.

Com um dedo, um dente, algumas unhas...
Lágrima que caiu e virou sangue na roupa.

O coitado do canalha mal podia esperar pelo desfecho...


terça-feira, 9 de junho de 2015

por tudo aquilo que se pode negar.

Sim!
É por muita coisa, é por um milhão de coisas.
Calma aí chapa...
São 10 anos de idéias e ideais jogados aos fungos?!

E não  será um gatinho em pele de cordeiro, acéfalo lobo.
Que irá barrar esse outono com ar primaveril...
Acreditamos no sol e nos girassóis, por isso, giramos a roda viva.

Fazemos das nossas mãos a transmutação do indelével,
                                                    [casa do fundamento.

Não aceitaremos mais a fala rota nem o bafo fúnebre dos velhacos.
Cuspiremos de volta seu mingau aguado de fevereiros falsos.
Serão cobrados ingressos para o espetáculo do circo macabro.

E os mortos se levantarão.
As chamas cobrirão seus lençóis.
E a cal que jogaremos sobre as ervas daninhas,

 ...virará água límpida e pura.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Bom dia sol

O sol espera por ela
E não se levanta
Sem que ela ponha o pé no chão

Ela é a dona do sol
E só se levanta
Quando está pronta pra ferver

O dia é o sol
Ela é a luz do dia
E quando acorda trás consigo o calor

Mulher dourada solar
As chamas adornam seu corpo
E não há quem possa para-la

Espero por vê-la
Não tenho óculos de sol
Porém sua claridade não cega-me

Antes de sair, agradeço
Por ela...pelo sol, pela vida.

Lua.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O Carcereiro

Aquela escuridão que não cessa
A pedida de hoje é o pano,

Não estou disposto, nem sairei daqui
Faço o esforço de respirar

Abalado, embalado, pelos sinos
Do medo, da ânsia, da sisma.

Não quero, não vou,

morra Maria!

terça-feira, 31 de março de 2015

A cisma

Agora é pesado o pesadelo.
E as mãos são canivetes...
                  [a ceifar neurônios!
Não vamos cair em tentação.

Fuja para as montanhas Aleph!
Corra o quanto puder!
A Telepatia apática dos macacos,
Faz as flores murcharem na planície.

E o mundo ainda gira incerto.
As nuvens não caem por capricho.

Caço borboletas para o jantar dos tolos,
E aguardo a chama minguar ao entardecer.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Purulência

As pessoas mentem meu amigo!
Não há nada de novo nisso...
Elas querem vê-los mortos, meus irmãos.
Você não é especial, nem nunca será!

Suas melhores companhias são as pulgas.
E suas calças já não permitem o sinto.
A cabeça desmorona do pescoço.
Não tente entender os vermes...

Sua memória sucumbiu as mesmices.
E as larvas do quintal fornecem nutrientes.
O calabouço é estreito e só há uma vaga.
Cale-se e finja seguir a marcha...

Escancare a boca e engula o mundo!
Não há nada de brutal nisso...
Faça o melhor daquilo que é detestável.
Seja o supremo em atrocidades.
E te amarão!

Eles só querem a podridão, minhas crianças.
Nada além do que  fede e menos que o imundo.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dinamitando os arvoredos

As senhoras mal vestidas expulsam o diabo
Das costas ocas de um indigente, que porra!
Por que o tal filho da mãe não expulsa-as do mundo?

Quanta bosta, na TV, nos celulares, nas redes nada sociais.
Antes era orgulho para os iconoclastas e rebeldes de plantão,
Lançar merda no ventilador, hoje é tão fétido quanto não fazê-lo!

Os meninos não pensam nem sentem, são tragados como fumaça
A multidão se acotovela e grita barbaridades, nada bárbaras.
São induzidos ao acerto e erram, quanta fadiga cerebral.

Como esperar que o coração não sucumba diante do eco?
O que se há de fazer quando o corpo pede o abismo?
Somos vermes a espreitar os olhos da razão sem roê-los

Ao ingerir ainda que uma parte mínima desse mal, salvaríamos!
Fugindo da dor de ser e da delícia de dizer, somos maltratados pelo verbo
Não, não é fácil estar fora, contra, remar e remar...

A música dos deuses é barulhenta e cavernosa, os lírios são bocas
E comem nossas tripas ao cheira-las, curando-nos de hecatombe.





quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Centopedras

Escrevo, por que as ruas andam como centopeias
O sangue vira areia tão rapidamente, se espalha fácil
Ainda ontem algumas pessoas rezavam por um carro

Máquina

As pessoas vivem sem oração, função...morrem
Os pastores oram por seus bens, criadores de riquezas vans
A quebrada de cada esquina é mais dura que o dub

Som


Agora é tão cedo quanto ontem, e o amanhã sumiu
O arvoredo da vida seca a cada entardecer
E a noite é retorcida pelos uivos, os lobos falam mansamente

Lampejos

Somos todos tão medíocres que o material é farto
E o sonho se esvai, acordam todos os dias sem opção
Pontual, é a gentiliza, aquela que já não se vê

Raro.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Sal e suor

Sem você aqui
As palhas são fogueiras
Os lençóis amarras

Sem você aqui
O tempo é muito
A vida pesada

Sem você aqui
A tarde é lava
O casebre deserto

As andorinhas sentem saudade de nosso amor.