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sábado, 22 de agosto de 2015

Do lote das ofensas gratuitas

Gosto das cores do meu povo
Sou da altura das ambições dos meus
Prefiro a poesia da esquina de casa

Acredito nos deuses que dançam mais eu
Considero fundamental a forma das ruas
Manipulo os pensamentos comuns

Construo fábulas com os cachorros magros
Alimento o sonho dos macacos ladrões
Descarrego os caminhões de melancia 

Beijo os velhos na mesa de damas
Cumprimento as senhoras na porta da igreja
Canto a tarde que vai e faço melodia com o vento

Não me contento com o obvio, nem o iludo
Avalio o dia pelo número de sorrisos
Conto cada lágrima como um tijolo de alicerce

Mando a merda os escritores de gabinete
Malandreio o medo que tens
E falo sempre o que transborda do peito

Esqueça que me ouviu, desconsidere que me conheceu 
Lembre-se que nunca estive aqui, sempre acabo cedo
Morra por mim e não será justo

Aqui jaz a poesia do sub-tudo. 

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