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segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

Entre uma palavra de outra

E por que não escrever?

E a quantas anda a sua poesia?!?

Ahhh... anda longa e longe.

Paralela que nunca se encontra

Dúvida garbosa, vício indolente!


Mas, e o fim do final?

Como faço para prevê-lo?!?

Ohhh... este é o mais malandro

Cidadela enfeitada pro carnaval

Miragem de manhã perdida


Já fiz tanta coisa entre uma nuvem e outra...

Arrumei a mesa do café

Requentei versos 

E os engoli

sábado, 26 de junho de 2021

Com verso livre

Se parece com muita coisa

inclusive comigo

Sonha com manhãs de inverno na cozinha enfumaçada

Acredita no valor dos pássaros e na alquimia dos quintais

Menino que corre contra o vento

não se encontra mais


Balões de céu rosado em antiCarnavais

Libélula cósmica de fantasia de menina

Aos Bandos nas ruas, vielas, vendas...

Caracol de pessoas, Babel itinerante


Seja como for, em muitas estações

Ferrovias, rodoviárias, seguimos no mesmo trem 

As aventuras loucas e a quietude 

Não se sabe mais dela, desatinou.


 

domingo, 2 de maio de 2021

Tenho pa(i)z

Digo isso por que é muito comum não tê-los 
Por fuga, por falta, atraso, acidente, desilusão...

Meus velhos cozinham juntos domingo de manhã
Posso dizer que é uma das cenas mais lindas que já vi
Ele fazendo frango, ela bolo de cenoura.

Eu agradeço, não sei exatamente a quem, mas a todas as energias, aos muitos trovões...
São meus privilégios, minhas inspirações.
Meus modelos, meus espelhos, meus clichês...

Ps.: Antônio Carlos e Jocafi

terça-feira, 6 de abril de 2021

Doce Volta

 Sonho com manhãs a beira do Rio

Tardes na mesa ensolarada

Voltarei àquele lugar intensa mente

Cumprirei os ritos, passarei nas provas

Sentarei impávido ao luar

Estarei com as mãos limpas

A cabeça maluca

E as roupas coloridas

As pernas doloridas


Sonho com as vozes, os sorrisos...

Mas não é mero devaneio

É instinto de guerreiro

Na heróica.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A noite núpcias

 Ainda aqui

equidistante 

do poste

da rua

das tuas pernas 


Confabulo normas

planejo tempestades

na beira do paraíso 

tão perto

como um golpe bem encaixado


Festejo os dias

ganho as marés

brinco com tua anca

milagre daquela tarde


Ponho algodão  

e sonho

nas feridas

podridão


Carquejo lunar

boca do dia

tetas de nuvem

olho de vidro


Matize de amanhã 

cascudo de pai

esperança de menino

castração de poeta



sexta-feira, 31 de julho de 2020

Uma noite entre muitas

Ainda essa noite
Rosália andou pelo apartamento
Tomou vinho no gargalo
Rio do vizinho que dança só

Pensou que era cedo demais pra dormir
Caiu nua no sofá
Deslizou os dedos pelo próprio corpo
Sentiu um calafrio
Consigo e com a chuva

Sonhou com a relva nas folhas de um imenso jardim



segunda-feira, 29 de junho de 2020

Cidadão KKK


O cidadão de bem
É xucro
É xoxo
É fraco
É frouxo  

O cidadão de bem
É mal agouro
É desaforo
É aguado
Magoado

O cidadão de bem
É podre
É ocre
É cabaço
É embaraço

O cidadão de bem
É desengano
É desumano
É chato
Fracassado

O cidadão de bem
É inescrupuloso
intestino Grosso
Mal amado
Malogrado

O cidadão de bem
É um cretino
É desatino
Ôco
Môco

O cidadão de bem
É tudo que não vibra
É tudo que não sente
Demente
Descrente

O cidadão de bem
É podres poderes
É poucos deveres
Bucho cheio
Alma vazia

O cidadão de bem
É preto/branco
Descolorido
Cinza
Anticores

O cidadão de bem
É o não gozar
Sempre broxar
Cedo acabar
Autofagiar

O cidadão de bem
É querer não fazer
É ter o não querer
Nunca incentivar
Sempre atrapalhar

O cidadão de bem
Se veste bem
Muito mal
Come bem
De todo mal

O cidadão de bem
Caga regra
Muita prega
Nada fluir
Tudo ficar

Eu...

Tenho nojo pelo Cidadão de bem

Eu...

Quero vê-lo 

Me ver gozar de toda fruta e flor

E mesmo assim não enxergar

Ao Cidadão de bem desejo que vivam muito

E muito pouco

A primavera é multicolor!