Escrever uma peça batendo na máquina
Redigir um editorial de moda com carvão
em um muro
Ditar um poema na beira do mar da Barra
Gritar uma música no túnel engarrafado
Deslizar o pincel nas paredes da sua sala
Encarar o papel branco e sorrir de desespero
Catar restos de alegorias de carnaval e montar um bloco
Desfilar na passarela do caos onde tudo vale
e nada é
Ter medo da noite do Rio e ainda assim extrapolar
Manter de vez um caderninho pra anotar as estrelas
com a ponta dos dedos
Fazer minha vida caber no teu ventre
e ver brotar