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quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

canção da tarde

a luz desse fim de tarde
de um Dezembro

me faz ter esperança
é um acalanto surdo
pra esse meu peito

mudo

agradeço ao rei
contemplo o rei
sou rei

e sigo sendo uma sandice
das sucursais do mundo
calibragem de eros

caíram à sua frente um batalhão
de Miseráveis
soluçará uma febre atônita

e eu passarei ileso
passo
tenho régua e compasso
indefeso

marco a gás as paredes
do grande
útero da

terra

e nasço

a cada

entardecer

segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

gás do lamento

o fascismo
foi entrando pela fresta do concreto
pelos cantos das salas
nas brechas do tempo

e hoje
é como um vírus silenciosos e fatal
eu e loucos todos

todos errados, errantes
somos travessuras da bruxa
catequese do desespero